A La Niña é um fenômeno climático que vem afetando as propriedades rurais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil.

Você, produtor rural, está preocupado com os impactos da estiagem? A seca que afeta o Brasil veio com mais força neste ano e está gerando muita dor de cabeça para os agricultores.

E com motivo, a falta prolongada de chuvas pode impactar negativamente a produção agrícola e, diretamente, o bolso do agricultor. 

Contudo, existem estratégias que colaboram na minimização dos danos causados pelos baixos níveis de chuva. Sabe quais são? Está enfrentando essa dor na sua propriedade rural?

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De acordo com o Instituto Estadual do Ambiente, o INEA, do Rio de Janeiro, a estiagem é um período prolongado de baixa pluviosidade, ou seja, de chuva. Desta forma, ocorre uma perda de umidade do solo onde a reposição com novas chuvas não é o suficiente. 

Esse fenômeno climático vem ocorrendo com frequência desde 2020, causando perda produtiva e prejuízo financeiro. As principais regiões afetadas são o Sul, Sudeste e Centro-Oeste que não via tempos tão secos há quase 100 anos.

O CanalAgro, coluna do agronegócio do Estadão, indica que as chuvas, até o início de novembro de 2021, tinham sido 25% menores do que a média de 1989 a 2019. As regiões do noroeste paulista, o Triângulo Mineiro e o oeste de Santa Catarina foram as que mais sofreram. 

A estiagem pode provocar o estresse hídrico na planta, que é quando a redução dos níveis de água no solo impactam a absorção pelo sistema radicular da planta e, desta forma, os processos básicos de fotossíntese, nutrientes, oxigênio e alongamento são afetados.

Não! A seca não é a mesma coisa que estiagem. A seca é uma consequência de longos períodos de estiagem.

No caso da seca, ocorre um grave desequilíbrio hidrológico, devido à acentuada ausência de distribuição de chuvas.

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Ao contrário do que foi visto durante 2022 na região Nordeste do país, o Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país tiveram milhares de municípios na lista dos que sofreram com poucas chuvas e fortes ondas de calor. O que vem afetando o abastecimento hídrico e prejuízo econômico. 

Porém, qual o motivo desses longos períodos sem chuva?

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O momento em que o Brasil está passando tem um fenômeno climático natural: o La Niña. 

O fenômeno climático-oceânico é causado pelo resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico. As mudanças ocorrem na região do Pacífico Equatorial, onde chamamos de zona intertropical do planeta e afetam a circulação da atmosfera. 

Com o resfriamento das águas, aumentam as frentes frias e, desta forma, as chuvas começam antes de chegar ao continente.

As consequências desse acontecimento climático nós já estamos vendo ao vivo: aumento do volume de chuvas no Norte e Nordeste, enquanto no Sul, o tempo fica seco e com temperatura elevada. 

Outros países são impactados pelo fenômeno, confira:

• Na Ásia, Austrália e Colômbia ocorre o aumento no volume de chuvas;
• No Chile, Argentina, Equador e Peru, períodos mais secos e frios são intensificados;
• No Leste Asiático e na costa oeste da América do Norte, observa-se queda de temperaturas.

Contudo, outros cenários ambientais estão fortalecendo tais mudanças climáticas.

Ao lado da La Niña, outro fator que está amplamente relacionado às mudanças climáticas é o desmatamento ilegal amazônico.

Nos últimos anos, este está sendo amplamente sentido, visto que a evaporação da umidade da floresta está sendo distribuída por ventos para o centro e o sul do país. Desta forma, a umidade não chega e a seca aumenta.

De acordo com o professor da Universidade de São Paulo, Paulo Artaxo, em entrevista para o Globo Rural, o fluxo de vapor de água está sendo alterado, sendo um dos motivos da seca na região central do Brasil. 

Algumas consequências já são vistas também no Sul, como a pior seca do Paraná dos últimos 40 anos, registrada em 2020.

O agronegócio é quem mais sofre com os impactos dos períodos de estiagem. Mas, não para por aí.

Com a falta de disponibilidade de água para irrigação, o cultivo fica mais caro e a consequência chega na mesa do consumidor. 

Em Goiânia, o chuchu chega a apresentar um aumento de 200% no seu preço. De acordo com a rádio CBN da capital goiana, as hortaliças também sofreram consequências no preço. 

Além de um cultivo mais caro, as safras chegam com menor qualidade fazendo com que as altas perdas na produção deixem o produto mais caro e escasso.

As consequências da estiagem na agricultura, desta forma, afeta toda uma cadeia produtiva que começa nas propriedades rurais, expande para os municípios, impactando quem comercializa e também o bolso do consumidor. 

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Separamos algumas técnicas e estratégias para você amenizar os impactos da estiagem na sua lavoura. Confira:

Em períodos de estiagem, esteja preparado. Identifique possíveis pontos de captação da água da chuva e faça um armazenamento. Será fundamental para que durante o período de seca, você tenha um reservatório para irrigação.

Um fator que pode aumentar a produção de água no período de chuva são as matas ciliares, ou na prática, as vegetações próximas às nascentes e córregos. De acordo com estudos, a longo prazo, a ausência da mata pode rebaixar o nível do lençol freático.

Assim como o sistema de plantio direto, ou seja, aquele que não há a prática de aração ou gradagem leve niveladora - conhecido como um método mais conservacionista, diminuindo o impacto da agricultura e das máquinas agrícolas -, o cultivo em contorno auxiliam na conservação da água no solo. 

Com o risco de perder totalmente a lavoura, os cuidados com a irrigação devem ser dobrados, pois é a partir desse mecanismo que o produtor consegue controlar a umidade do solo, possibilitando o aumento da produtividade agrícola.

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A rotação de culturas colabora na diminuição dos impactos da estiagem na agricultura pois disponibiliza maior cobertura vegetal no solo por longos períodos. 

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